As mulheres na TI estão ampliando sua participação no mercado de trabalho, mas ainda encontram inúmeros desafios e barreiras a serem transpostas.
A Tecnologia da Informação (TI) é considerada uma das áreas profissionais mais dominadas por homens. E apesar do aumento da presença feminina no setor, as mulheres na TI representam apenas 20% do total dos profissionais atuantes no mercado de trabalho.
No entanto, com o crescente número de vagas abertas, o mercado de tecnologia tem sido visto como solo fértil para um movimento de mulheres que buscam oportunidades e podem provar por A+B que, para qualquer profissão, não é o gênero que conta, mas sim a capacidade técnica e intelectual que qualquer pessoa tem potencial para desenvolver.
Com um setor que demandará cerca de 420 mil profissionais até 2024, os próximos anos serão decisivos para que o mercado entenda a importância da participação feminina e, a despeito de preconceitos, abra caminho para aquelas que buscam uma colocação. Nesse sentido, vale observar que os projetos de capacitação e treinamento na área de Tecnologia da Informação estão sendo uma excelente porta para a entrada das mulheres na TI.
Conforme dados fornecidos pelos organizadores do projeto +PraTI, que busca encontrar talentos e capacitá-los para o mercado de Tecnologia da Informação, somente no curso de Introdução à Programação, quase 38% dos participantes são mulheres.
Esses números animam todos os envolvidos no projeto, uma vez que é bastante superior à presença feminina nos cursos de graduação da área - cerca de 15%, de acordo com o censo da Educação Superior.
Os desafios da formação
Os desafios enfrentados pelas mulheres na área de TI já começam ao ingressar na faculdade. Não é raro ver turmas de 30 a 40 alunos com apenas uma ou duas mulheres. E, para falar da presença feminina nos cursos de tecnologia, deve-se apontar que cerca de 70% das mulheres demonstram interesse por essa área, mas somente uma pequena parcela acaba seguindo esse rumo e investindo na carreira.
Num ambiente dominado por homens, a sensação de intimidação gerada pelo machismo, pode ser um fator decisivo para a continuidade ou não dos estudos na área. De acordo com um levantamento da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), 79% das mulheres que iniciam a graduação em cursos de TI acabam largando a faculdade ainda no primeiro ano.
Nesse momento, é preciso enfrentar os obstáculos de cabeça erguida, confiante na própria capacidade e ter perseverança para seguir até o fim da jornada de estudos.
De acordo com dados da ONU Mulheres Brasil, as mulheres ainda estão fora dos principais postos de trabalho na área de tecnologia, sendo que apenas 18% possuem graduação em Ciências da Computação. E mesmo quando mais da metade das estudantes demonstra interesse pela TI, somente 30% dos pesquisadores da área em todo o mundo são mulheres.
Mercado de trabalho brasileiro para as mulheres na TI
Atualmente, profissionais do sexo feminino correspondem a apenas 20% de toda força de trabalho na área de Tecnologia da Informação.
Apesar disso, dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED) mostram que, nos últimos cinco anos, houve um crescimento de 60% de mulheres na TI, saindo de 27,9 mil para 44,5 mil profissionais do sexo feminino atuantes no mercado de tecnologia.
No entanto, ainda há muito o que fazer para ampliar as condições de trabalho e os cargos para as mulheres na TI. Inclusive no aspecto salarial que, assim como em outras profissões, sempre é tido como uma das maiores batalhas na busca feminina por igualdade e equidade. No Brasil, a média salarial das mulheres no setor de tecnologia é 34% menor que a dos homens, conforme dados do IBGE.
Diante de tantos obstáculos, porém, as mulheres na TI seguem demonstrando sua capacidade e sensibilidade para lidar com cálculos e números e buscam destaque na profissão através da especialização: as profissionais do sexo feminino costumam possuir grau de instrução maior que os homens, o que, de certo modo, as torna mais gabaritadas para os cargos que disputam.
Mesmo com tantas dificuldades e barreiras a serem derrubadas, existem muitos exemplos de mulheres na TI que são inspiração para quem está começando a carreira ou pensa em seguir por ela.
Vejamos alguns exemplos de mulheres que ganharam destaque no mercado de Tecnologia da Informação:
· Virginia Rometty, que é CEO da IBM desde 2012. Ela foi pioneira, sendo a primeira mulher a presidir a companhia; a cientista da computação Marissa Mayer ocupou posições estratégicas no Google e hoje é CEO do Yahoo!;
· Sheryl Sandberg, COO do Facebook, é considerada o braço direito de Mark Zuckerberg;
· A brasileira Nina Silva, que fez sua carreira atuando com o ERP SAP e hoje Lead IT Manager na ThoughtWorks, uma consultoria global de tecnologia, além de figurar na lista das 100 pessoas afrodescendentes mais influentes do mundo.
Além destas, existem milhares de profissionais anônimas que, com certeza, se destacam no ramo da tecnologia e abrem cada vez mais espaço para as próximas gerações de mulheres na TI.
E assim como em todas as áreas, a Tecnologia da Informação tem muito a ganhar viabilizando o equilíbrio entre homens e mulheres e passando a escolher os profissionais pelo seu conhecimento e pelo resultado que entregam.
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